segunda-feira, 25 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
A arte de fazer património em Ponte de Lima
É de um puro provincianismo este tipo de obras num espaço que deveria ser restituído ao seu carácter natural de areal. Ponte de Lima desvirtua desta forma um dos seus elementos naturais mais marcantes e do qual deveria orgulhar-se. Há 20 anos qualquer limiano ridicularizaria qualquer tipo de intervenção neste espaço lembrando que a subida do rio encarregar-se-ia de fazer a sua justiça reclamando o seu território. Hoje a autarquia já não pensa no areal como um areal mas sim como um espaço a servir como o estacionamento da vila por excelência argumentando que a saída do parque automóvel deste espaço seria a "machadada" final no comércio. Na realidade a "machada" foi dada recentemente ao eliminar-se o estacionamento nas artérias do centro histórico. Quem vai à Figueira da Foz ou Matosinhos e passeia na marginal observando ao seu lado o vazio que aquele imenso areal provoca, olha para ele como uma oportunidade de lazer e enquadramento paisagístico. Ponte de Lima era detentora de uma característica única em Portugal senão mesmo a nível europeu: um imenso areal fluvial que resistiu à vontade de nele pousar qualquer elemento construtivo. Os concursos de ideias ficaram de lado, urbanistas, arquitectos e designers já não têm voz nesta vila que faz obras sem consulta popular. No último ano tudo é avisado com uma semana de antecedência ou então somos confrontados com as obras in loco. Projectos globalizadores não existem e tudo é feito pontualmente e com um gosto bastante discutivel. É o caso desta obra que considero dos maiores atentados à paisagem do centro histórico. Um monumento que faz lembrar as obras históricas do regime do Estado Novo, uma espécie de Padrão dos Descobrimentos à beira lima plantado. É a arte de "fazer património" em Ponte de Lima. Primeiro, um pelourinho que se implanta discutivelmente entre as rampas do areal, agora uma rampa que se prolonga em jeito de avenida e a seguir uns cruzamentos construídos em paralelo a cruzarem o areal. Devem seguir-se umas plantações de árvores e quem sabe uns candeeiros, umas bicas de água para a feira, uns canteiros de flores labirínticos et voilá, os limianos acabaram de perder a memória do velho areal que permaneceu virgem durante séculos. Um espaço ecológico em pleno centro histórico que não merecia menor protecção do que a que foi dada às Lagoas. A batalha por devolver o areal aos limianos está assim irremediavelmente perdida por incúria e caprichos de autarcas que em poucos meses foram iluminados com dotes e competências de urbanistas.
Para terminar, lanço um palpite para a nova estátua de bronze a implantar no centro histórico...um diabo a cravar as unhas numa pedra.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Ponte de Lima 1963 (III)
Sequência de vídeo retirada do documentário da RTP sobre Ponte de Lima inserida na série "Terras de Portugal" de 1963
Direcção e realização do jornalista limiano Reinaldo Varela.
Música: Max Richter - Written in the sky
quinta-feira, 7 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
S. Cristovão de Freixo
A Ermida de São Cristovão em S.Julião de Freixo situada no alto do monte com o mesmo nome do santo merece visita obrigatória. É uma pequena ermida do séc. XVII embora a sua origem remonte para séculos anteriores. Formalmente é bastante simples, com parcas aberturas mas sobressaindo um volumoso friso granítico que remata a sua forma cúbica. Tal como outras capelas características de montes ermos como Santo Ovídio e São Lourenço da Armada, são construções que assumem um ar quase fortificado e muito medievalizado protegendo-se contra o vandalismo e as duras condições atmosféricas a que estão sujeitas. Existem relatos de pastores de S. Lourenço que no séc. XIX arrombavam as portas da ermida para aí colocarem os seus animais à sombra. São ermidas que abrem as suas portas apenas na festa anual dedicada ao santo. Na Ermida de São Cristovão de Freixo os problemas de segurança foram resolvidos de uma forma curiosa: a construção de uma cerca murada em jeito de muralha circular forma uma cintura de protecção à ermida e que corre muito próxima das suas paredes. Dois postigos permitem o acesso através desta cerca murada e que criam uma forte expectativa na aproximação à capela, delimitando claramente o adro religioso do exterior denso de arvoredo. Uma relíquia no concelho.
fotos: Teotónio Pereira, 2007, http://www.geocaching.com/seek/cache_details.aspx?wp=GC14KMR
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