quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Arquitectura desaparecida em Ponte de Lima (VIII)
Esta será das intervenções mais radicais efectuadas no centro histórico de Ponte de Lima e frequentemente esquecida pela população em geral. No entanto, após tomar conhecimento deste facto, é difícil não imaginar, a cada vez que atravessamos o Largo da Feira, que todos os prédios confrontantes têm um piso aterrado abaixo dos nossos pés. Até 1930 o Largo da Feira processava-se sensivelmente à cota do areal comunicando com o Largo de Camões através de uma estreita escada no paredão. A ponte relacionava-se proximamente com estas habitações e apresentava-se com mais dois arcos visíveis. É curioso o facto de que, até 1930, o passeio interligava-se directamente com a Avenida de S. João através da passagem sob os arcos da ponte (momento recuperado com a nova intervenção do areal, embora nesta última, a ponte medieval pareça um obstáculo no percurso e não uma das razões). O aparecimento do automóvel obrigou à necessidade de um desafogo na entrada da ponte medieval a partir do Largo de Camões. O rés-do-chão destas habitações viradas para o Largo da Feira eram regularmente fustigadas por cheias do rio Lima. A câmara municipal procedeu ao aterro de dois dos arcos da ponte e do piso térreo destas habitações, passando o Largo da Feira a funcionar nivelado com o Largo de Camões. Numa das fotos apresentadas as obras de aterro encontram-se já em execução. Constituía um momentos mais interessantes do casario do centro histórico, com os prédios a relacionarem-se de forma diversificada com as várias ruas. Um espaço urbano que processava-se a duas alturas simultaneamente. Após este aterro a frente da vila ganhou um paredão excessivo que quebrou a relação entre o Largo de Camões e o Areal, facto que ainda hoje se verifica.
planta e fotos: Ontem-Hoje, O Largo da Feira, Revista Arquivo Municipal de Ponte de Lima
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
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