terça-feira, 17 de maio de 2011

Ponte de Lima segundo Francisco do Vale

Texto retirado do blogue "Arkitectos"






PONTE DE LIMA À TUGA

Gosto muito de Ponte de Lima, o Minho fascina-me e o modo como as gentes desta terra souberam rentabilizar os seus recursos paisagísticos é notável (a comparar com os concelhos vizinhos), só... que resta sempre algo de "Tuga", algo de muito português, em quase todas as intervenções, ou não, do espaço público. Essa coisa é aquilo a que chamo a Branda Estupidez Tuga.

Ponte de Lima: Alguém me sabe explicar porquê permitem que o areal, parte central da paisagem da vila, continue a servir de estacionamento, quando, simultaneamente se enche aquilo de esculturas? Se é para embelezar, simbolizar, potenciar... deixem a areia e a água ser vista, ser tocada! E basta.A irracionalidade é tanta, que só se poderia comparar com uma possível Avenida dos Aliados - Estacionamento TIR.


1 comentário:

Carlos Gomes disse...

Partilho no essencial da mesma opinião. Apenas não concordo com a adjectivação "tuga" até porque existem muitas localidade do país onde o bom gosto predomina.
Penso que a perspectiva do embelezamento da vila de Ponte de Lima é positiva, nomeadamente através de obras de arte que de algum modo evoquem o seu passado histórico ou os seus maiores vultos. Naturalmente, distribuídos espacialmente com um certo equilíbrio e algum sentido estético. Porém, pese embora a noção de arte seja algo bastante discutível, não consigo ver como alguém possar encontrar algum valor artístico nalguns dos bonecos que têm sido plantados na vila, nomeadamente a tropa romana à beira do rio Lima.
Compreende-se que, perante as dificuldades de emprego e crescimento económico dos sectores primário e secundário em Ponte de Lima, se sinta a necessidade de arranjar um expediente para atrair o turismo e, desse modo, manter algum nível de desenvolvimento e de empregabilidade. Mas, isso não impediria que se fizésse tal promoção com algum bom gosto. E, apesar de existirem bons exemplos como o alargamento dos passeios pedonais, o encerramento das ruas do casco histórico ao trânsito, a construção das valas técnicas, a reabilitação urbana entre muitos outros aspectos, também se assiste a alguma falta de critérios na distribuição do mobiliário urbano não se atendendo sequer às suas características. Convém lembrar que o excesso acaba por invariavelmente nos levar ao ridículo!