
Como optar entre dois traçados igualmente danosos para o concelho de Ponte de Lima? Não discutindo a pertinência do projecto a nível nacional, será mais oportuno neste momento debater em pormenor o real impacto sobre o território limiano. Optar pela pelo traçado mais vantajoso em termos das politicas futuras de ordenamento do território, turismo, expansão da zona urbana ou de relacionamento com o litoral são tópicos que deverão ser clarificados urgentemente de forma ao município ganhar tempo para discutir questões de detalhe como túneis, viadutos e o seu enquadramento com o património construido e onde Ponte de Lima surge no topo dos concelhos afectados.
Altenativa A - É o traçado que segue quase intercaladamente o percurso da auto-estrada A3. É uma solução menos favorável no que diz respeito a expropriações e tem como factor sensível o facto de atravessar freguesias urbanas da vila como Ribeira, Arca, Fornelos e Arcozelo. Sacrificará alguns centros de concentração de populações rurais como são os espaços circundantes de igrejas. Esta será porventura a alternativa mais favorável para o concelho devido à concentração de corredores de circulação (A3 e TGV) apesar da ingratidão da sobrecarga de algumas freguesias que já passaram por uma experiência semelhante com a A3 e que vêem mais uma vez os seus interesses condicionados em nome de todo o concelho. Outra questão sensível será o impacto paisagístico do viaduto sobre o Rio Lima. Este processar-se-á a jusante do viaduto da A3 e portanto mais próximo do centro histórico. Será necessário avaliar o impacto visual que esta obra provocará em locais dentro do centro histórico. A ser escolhida esta alternativa o município deverá seguir de perto a orientação desta peça de engenharia.
Alternativa B - Tem como vantagem técnica a morfologia do terreno e um regime de expropriações mais leve. No entanto, o que ressalta desta alternativa é o duro golpe no corredor ecológico compreendido entre o Rio Lima e a Serra de Arga afectando a Área Protegida das Lagos de Bertiandos/S. Pedro de Arcos assim como a Casa e Quinta da Laje, imóvel classificado. A forte aposta na última década nesta zona poente do concelho como referência na protecção de uma área de grande relevância paisagistica, ruralidade e bucolismo ficará condicionada. Esta alternativa significa também o corte do concelho através de dois corredores viários que isolarão o centro histórico e zona urbana da vila.
A passagem do TGV, tal como a A3 há cerca de 15 anos, marcará violentamente a paisagem e desta vez com a agravante de não existir um benefício directo para o concelho. Impõe-se um empenho e determinação reforçadas na escolha das opções e sobretudo um acompanhamento próximo na fase de projecto final do traçado de forma a suavizar o maior número de casos danosos pelas freguesias.
Links: Cartografia
Resumo não técnico