sexta-feira, 4 de maio de 2012

MERCADO DAS ARTES 2012

 Imagem intercalada 4



A Comunidade Artística Limiana (CAL) é uma associação cultural sem fins lucrativos
sediada na vila de Ponte de Lima. Esta entidade tem como objetivos a organização e 
promoção de eventos de natureza artística e cultural, dando especial destaque aos artistas 
locais. Criada em Março de 2010, a CAL tem vindo a realizar diversas atividades como
exposições, concertos, workshops e formações, sempre abertas à comunidade e com 
vantagens para os seus associados.
Em colaboração com a autarquia local, a Câmara Municipal de Ponte de Lima, foram 
também realizados alguns eventos bem-sucedidos, relevantes para o historial da 
associação, para os artistas locais e para comunidade. O Mercado das Artes 2010 e o 
concerto do Grupo de Fadistas Limianos, entre outros, são exemplos dessa colaboração. 
A CAL tem vindo a colaborar com outras associações locais, tanto na organização de 
atividades como na mútua promoção e divulgação.


MERCADO DAS ARTES 2012
A 3ª edição do Mercado das Artes visa dar continuidade ao evento que 
marcou a Comunidade Artística Limiana como entidade dinamizadora de atividades 
de cariz artístico e cultural. Esta iniciativa pretende ser uma forma de mostrar à 
comunidade o que está a ser feito em termos de produção artística, aproximando-a 
assim dos artistas e das diferentes vertentes da arte, umas já conhecidas, outras 
inovadoras e com pouca projeção, especialmente a nível local.
O Mercado das Artes é um evento onde a arte é apresentada ao público um 
pouco à semelhança de uma mercado tradicional, onde o objetivo é fazer o visitante 
tropeçar nas peças e quem sabe comprar alguma delas. É um ótimo espaço para a 
 troca de experiências e para a formação de novas amizades e parcerias entre os artistas 
que vão participar. Sendo essa participação livre, há um encontro de gerações em 
que os mais novos aprendem os segredos dos mais velhos e, por outro lado, estes 
tomam contacto com as novas abordagens e técnicas dos mais novos.
A venda de obras é permitida mas não é obrigatória. Na edição anterior vários 
artistas venderam obras e outros receberam encomendas para a produção de novas 
peças. Este facto funcionou como incentivo para os outros artistas menos 
experientes melhorarem o seu trabalho e voltarem a participar nesta 3ª edição. 
Além disso, fez com que os autores das obras permanecessem no local durante os 
dias da exposição de modo a poderem esclarecer os possíveis interessados, 
fazendo do mercado um sítio onde circulação de pessoas é uma constante, 
de manhã até à noite.


FICHA DE INSCRIÇÃO E REGULAMENTO

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Areal 1993 - Identidade Perdida





Arquivo: SIPA - Sistemas de Informação do Património Arquitectónico
Areal 2012


Simultaneamente perda de identidade e perda de oportunidade. A relutância de quem impõe objectivos de reduzir dezenas de lugares de estacionamento no centro histórico mas não admite reduzir uma centena de lugares no areal. Uma prova de que não podemos ser submissos ao automóvel; o automóvel vai para onde dissermos que vá, e o lugar escolhido foi o areal. Como é esteticamente reprovável foi necessário camuflá-lo, embelezar a envolvente deste estacionamento para que ele possa integrar-se harmoniosamente numa das mais belas frentes ribeirinhas do país. Para o efeito convidam-se escultores mais ou menos dotados (mais para o menos), que exaltem as lendas do passado e as expliquem figuradamente para que até uma criança de 4anos perceba o que o General Brutus gritava para a outra margem. Estátuas alusivas ao folclore e à vida no campo viram-se para os transeuntes do passeio do 25 de Abril reclamando para si a atenção ao invés da compacta massa automóvel que a poucos metros reluz. Foi necessário afastar o turista da proximidade do automóvel; um espaço verde com uma duplicação do passeio surgiu entretanto. Porém, o problema agrava-se com o estacionamento a extravasar pelos arcos da ponte medieval e o rio ao longe e pouco convidativo. O turista rendido, apercebe-se que não conseguirá levar na sua máquina fotográfica uma foto decente do monumento-mor da vila sem que alguma auto-caravana lhe estrague o enquadramento. As margens do rio precisam de ser limpas da vegetação selvagem causada pela má qualidade das águas e um açude mal projectado umas décadas antes. Mas sendo este espaço um areal, entre o verde e a areia, obviamente optemos pelo verde, até porque não é auto-sustentável e até precisa de uma manutenção regular de adubos e sistemas de rega. 
Agora que perdeu-se a oportunidade de uma praia fluvial devidamente qualificada e invejada por qualquer terra do interior (como já aconteceu) talvez esteja na hora de pensarmos em seguir os passos de Mangualde e construir uma praia artificial num local bem longínquo do rio. Olhando para trás, o pontelimense dirá que tinha um tesouro que nenhuma localidade tinha, um extenso, limpo e luminoso areal, local privilegiado de lazer em qualquer cidade balnear, mas neste caso, no interior do país. Como a emenda foi pior que o soneto, temo que a história não seja branda com este assassinato paisagístico num mundo onde os valores culturais e identitários deveriam sobrepor-se a qualquer sonho ou capricho pessoal. Ponte de Lima bastião dos valores patrimoniais e ambientais?