quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Límia

Límia é um novo blogue de um grupo de jovens estudantes de Ponte de Lima que no âmbito da disciplina de projecto decidiram criar e desenvolver um blogue onde publicarão assuntos relacionados com o nosso concelho.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Bar do Arnado

Com o lamentável incêndio que destruiu na sua quase totalidade o bar do Arnado perdeu-se um atraente foco de lazer da vila. É urgente a sua recuperação como equipamento de apoio e dinamização do parque do Arnado tão procurado por famílias e crianças. Este parque contém em si características que os novos jardins não conseguiram igualar; um espaço despojado com um amplo relvado e sombreamento muito eficaz para o desporto e controlo das crianças. No entanto, o restauro do bar poderia ser pensado como uma oportunidade para dotar este parque de novas valências que em muito o poderiam beneficiar. Como já alertou Nuno Matos, seria mais sensato afastar uns metros a construção de forma a dar protagonismo e não desequilibrar o cruzeiro existente, e que joga de forma axial com o parque. Ao colocarmos em primeiro plano o cruzeiro julgo que seria possível aumentar o edifício longitudinalmente, enquadrando a largura do parque. Poderia ser um equipamento que assumisse um carácter de multifuncional mas sempre com um perfil efémero. Para além de bar poderia ser restaurante, centro expositivo e até integrar uma biblioteca de jardim ou ludoteca como acontece no Palácio de Cristal no Porto. Para além disto o projecto poderia incluir um apoio a bicicletas e afirmar-se como ponto de chegada/partida da ecovia, assim como equipamentos de apoio ao projecto abandonado da Praia Fluvial do Arnado. A descrição do programa pode parecer exagerada para um local que se quer eminentemente natural mas julgo que seria possível concretizá-lo de uma forma bastante silenciosa e respeitadora. Para além disto, acredito que a superfície relvada poderia beneficiar se o actual percurso que "rasga" o verde fosse redesenhado de forma a processar-se lateralmente.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um ano de blogue

Este espaço completou recentemente um ano de existência. A memória perde-se ligeiramente quando penso nas razões da sua criação. A minha experiência como "blogger" não era nova e quando criei o arquitectura e ponte de lima a minha opinião era a de que a criação de um blogue nem sempre é boa ideia porque a determinada altura poderemos sentir-nos aprisionados pelo seu temperamento exigente. No entanto a criação deste blogue foi impulsiva e envolvida por um espírito de urgência. A necessidade de expôr e denunciar situações que eram tratadas como fatalidades, mostrar que é possível fazer diferente, referenciar as soluções com casos de sucesso e o sentir que a minha profissão deveria ter um perfil mais interventivo estiveram na génese do blogue. Até então as questões de urbanismo ou arquitectura não eram suficientemente defendidas na sociedade limiana. O crescimento incorente das novas urbanizações sem que tragam novas valias na forma de usufruir esse espaço público aos olhos dos limianos tornou-se um das batalhas deste blogue. Batalha esta que já havia sido iniciada noutros blogues limianos, sobretudo o Ponte de Lima-Ideias e Opiniões de Nuno Matos e Parar para Pensar de João Carlos Gonçalves.
Numa outra vertente, o entusiasmo pelo realce do património de Ponte de Lima e até o avivar de exemplos de arquitectónicos algo esquecidos. A luta pela salvaguarda e sensibilização dos proprietários para uma arquitectura rural mal intervencionada, não por má fé mas por desconhecimento. A divulgação online da arquitectura moderna limiana assim como a antiga.
Desta forma considero positivo o balanço de um ano de blogue. Lançaram-se questões urgentes, discutiu-se urbanismo e arquitectura para não-arquitectos e ainda que os responsáveis pela gestão limiana ou proprietários em geral tenham aderido ou não às soluções propostas elas têm o seu valor como registo sempre acessível. Assim, o blogue manteve-se como estrutura independente e que, de forma apartidária, procurou dar o seu contributo (des)apaixonado para melhorar as condições urbanas da vila e consequentemente a dos limianos. A criação do blogue acompanha também o início de um percurso profissional e a constatação das dificuldades criadas pelo país aos jovens licenciados numa incapacidade de canalizar as suas energias. Se por um lado sentimos a dificuldade de espaço para nós na sociedade, também reconhecemos o nosso papel como cada vez mais urgente nas nossas cidades mal tratadas. Porém, a minha dedicação ao blogue procurou manter-se regular. O blogue continuará assim a assumir o seu espaço interventivo e cultural à medida que novos temas e ideias surjam. O que achava que poderia ser um tema algo limitado para um blogue sobre Ponte de Lima tem-se revelado infinitamente abrangente ao ponto de sentir que individualmente não consigo concretizar as várias ideias por falta de tempo para a necessária pesquisa. Desta forma, é um blogue aberto a todo tipo de contribuições que possam enriquecer o blogue. Obrigado aos leitores que fielmente acompanham as actualizações deste espaço e até mais um ano!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Arquitectura desaparecida em Ponte de Lima (I)



Iniciarei neste espaço uma série de "posts" dedicados a exemplos de arquitectura que por incúria, pouca consciência do valor patrimonial e do impacto no tecido urbano ou até por questões económicas, foram desaparecendo da nossa urbe.
Dividirei os vários exemplos tratados em duas categorias. A primeira refere-se a edifícios ainda existentes onde os restauros sucessivos desvirtuaram ou demoliram elementos como águas furtadas, clarabóias ou até vedações. Normalmente estes elementos caracterizam-se por um acelerado desgaste ao tempo devido à sua natureza construtiva com a utilização do ferro e madeira. Por outro lado, o uso destes dois materiais permitia uma execução formal e decorativa mais rica e ambiciosa do que o granito. O custo oneroso da sua manutenção ou a sua eventual demolição com o tempo originou a sua não reconstituição no eventual restauro que urgia. Entretanto a memória colectiva não foi capaz de transportar consigo estes pequenos pormenores da vila que hoje o espectador mais atento não negligenciaria. Restam as antigas fotografias, algumas a fazer juz ao apurado sentido estético da centúria de oitocentos em especial e que permitem-nos sonhar com a oportunidade ou viabilidade de uma restituição.

A segunda categoria refere-se a edifícios com um certo valor arquitectónico que foram integralmente substituídos por outros mais recentes ou desvirtuados na sua quase totalidade. É o caso da envolvente do Largo de S. José ou o Bloco Martins defronte à Fonte da Vila.
As antigas peças de arquitectura que se integravam com naturalidade na traça arquitectónica dominante na vila foram substituídas por uma nova arquitectura ingenuamente modernizadora e uma excessiva massa construtiva que não tiveram a sensibilidade de "fundir-se" harmoniosamente com a envolvente. A imposição de uma nova realidade urbana nos anos 60 e 70 que pretendia acompanhar o crescimento e modernização de outras cidades não teve, apesar de permaneceram como objectos não assimilados pelo tecido urbano da vila, o resultado desastroso presente noutros centros históricos pelo país. Nesta categoria é difícil pensar na restituição integral do antigo edifício. Por um lado os registos fotográficos apenas espelham a sua fisionomia exterior e facilmente estaríamos a reconstruir uma falácia sem sentido. Por outro lado a simples previsão de demolição dos actuais edifícios trariam consigo dramas sociais desnecessários e que tão bem conhecemos da vizinha Viana do Castelo e o seu prédio Coutinho. Julgo que uma das soluções que poderemos impor futuramente a estes casos será o redesenho da fachada de forma a suavizar a sua integração sem que para isso tenha de esconder a sua modernidade.