sábado, 28 de fevereiro de 2009

Prémio Sécil

O Prémio Sécil 2008 que visa distinguir bi-anualmente obras de referência em engenharia e arquitectura foi atribuido ao arquitecto Nuno Brandão Costa, um jovem arquitecto de 39 anos que tem-se assumido como um dos mais emergentes arquitectos europeus. A obra do Edifício Administrativo e Show-Room "Móveis Viriato" em Paredes foi a premiada, no entanto a coerência e consistência da sua ainda curta carreira merecia já este reconhecimento. Apresento algumas obras deste arquitecto.

fontes: arquitectura hoje
Prémio Sécil
New Italian Blood


terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A poeira e o Areal


Com a chegada do tempo seco e quente o areal começa a mostrar os sinais de inadequação à sua função actual, altamente prejudicial à qualidade do ar de toda a zona ribeirinha. É uma ironia que contradiz com o desejo de tornar o Passeio 25 de Abril um local mais aprazível e um cartão de visita para qualquer turista.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Moinhos

Gemieira

Gemieira

Correlhã

A Câmara Municipal da vila de Gavião (Portalegre) lançou recentemente um interessante concurso de ideias que visa recuperar os moinhos de dois afluentes do Rio Tejo. É um conjunto de 20 moinhos que fazem parte da arqueologia dos processos produtivos que dinamizaram o concelho até ao século passado. Este património construído alia-se ao património natural caracterizado por estas ribeiras que desaguam no Tejo. Conscientes da importância da recuperação deste testemunho da história local em ruínas devido ao abandono dos campos, a autarquia decidiu procurar soluções que devolvam a sua fruição aliada a uma oferta atractiva de turismo de lazer e cultural. Pretende-se que o conjunto de moinhos existente sirva de suporte físico a um novo tipo de utilização que promova o desenvolvimento turístico sustentável.


Um caso que nos recorda o estado de abandono dos moinhos de Ponte de Lima espalhados pelos nossos ribeiros em total estado de abandono e sem qualquer plano de salvaguarda. É o caso do património que se estende ao longo do Rio Trovela e o magnífico conjunto dos moinhos da Gemieira onde parece esperar pela verdadeira intervenção. As ciclovias, a recuperação das margens destes afluentes com percursos pedestres e espaços de lazer poderão fomentar a sua recuperação e manutenção. As freguesias do concelho, apesarem de serem cobertas por manchas verdes de natureza não têm efectivamente espaços verdes de lazer no verdadeiro sentido do termo.

Largo de Camões

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A derrocada em Ponte da Barca



A ponte medieval de Ponte da Barca, "irmã" da ponte medieval de Ponte de Lima sofreu na noite da passada terça-feira uma derrocada. Os sinais de fissuração num dos pilares era já evidente há meses. Tenho vindo a alertar para os sinais de degradação e abandono da nossa ponte medieval; situação consequente do excessivo estacionamento, vandalismo e desatenção por parte da autarquia. Esta notícia faz recordar-nos a fragilidade destas estruturas quando não são devidamente acompanhadas e não têm um regime de manutenção regular. É interessante ler o artigo do arquitecto Francisco do Vale a respeito deste assunto no seu blog
"Arquitectura Hoje".

JN-Derrocada em ponte de Ponte da Barca

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Intervenção no Centro Histórico



A actual intervenção no Passeio 25 de Abril, Rua Inácio Perestrelo e Rua Dr. António Magalhães suscita leituras diversas. Embora o objectivo da obra contenha uma certa nobreza de princípios na medida em que pretende atribuir maior desafogo ao sistema pedonal do centro histórico melhorando a entrada na ponte medieval e desimpedindo as vistas para o rio a partir do Largo de Camões, assim como a dotação de melhores condições de esplanada para o comércio ribeirinho; a eliminação da banda de estacionamento existente poderá criar problemas a esse mesmo comércio a curto-médio prazo. É uma intervenção claramente vocacionada para os períodos de maior fluxo túristico e que dignificará o património da vila, no entanto, durante os restantes dias do ano será uma medida que acentuará a desertificação da vila que é já uma realidade gritante. Esta diminuição de lugares de estacionamento sem a criação de novos espaços é um sinal de que a autarquia continua a socorrer-se do areal como alternativa de futuro, adiando mais uma vez uma verdadeira intervenção neste espaço.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Arquitectura desaparecida em Ponte de Lima (II)





A Casa Grande da Além-da-Ponte em Arcozelo é um edifício do séc XIX. É constituído por três pisos; os dois primeiros de desenho sóbrio delineado com fenestrações regulares com janelas de guilhotina como a maioria do casario da época mas pontuado nos remates superiores por um frontão triangular e estatuária de gosto neo-clássico. O terceiro piso assume-se como um elemento mais leve e transparente. Organiza-se perpendicularmente à fachada e abre-se no sentido nascente-poente. O edifício vai tornando-se deste modo sucessivamente mais transparente e construtivamente leve em altura. Esta filosofia foi levada ao seu expoente no remate superior do edifício onde era pontuado por um miradouro/torre desenhado com uma caixilharia de trama quadrangular típica da época. Tudo indica que tenha sido a partir deste mesmo local que foi registada a célebre fotografia da vila num dia de feira de 1858. A escolha deste local deixa adivinhar a sua posição hegemónica, ou seja, era um ponto a partir do qual era possível obter uma panorâmica completa da vila mas era também consequentemente uma peça arquitectónica facilmente avistada a partir da vila. Era portanto uma peça que dominava o "skyline" do casario de Além-da-Ponte. Quem seguisse na ponte medieval para Arcozelo seria um pormenor que não passaria despercebido destacando-se dos restantes telhados. Para além deste facto, o Largo seria muito dignamente embelezado por esta casa que no seu estado original apresentava-se como um exemplo único no património edificado da vila. Justifica-se e é oportuna, num próximo restauro do edifício, a reposição deste elemento que o valorizaria exponencialmente.
bibliografia: Ponte de Lima - Uma Vila Histórica no Minho, p.270-272
Arquivo Municipal de Ponte de Lima 1981 vol.II, p.231-236