quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Paisagens (I)




Este postal é curioso por retratar uma paisagem actualmente encoberta pela densa mancha arborizada da Avenida dos Plátanos (felizmente). É uma fotografia do princípio do séc. XX como denuncia a juventude dos Plátanos.


-Na cerca murada do lado esquerdo encontra-se o quintal onde posteriormente construiu-se o Mercado Municipal.

-O centro da fotografia é ocupada pelos terrenos pertencentes ao Palacete Villa Moraes. O pomar que deu lugar ao Hotel e Centro Ibérico era formado por uma sólida cerca gradeada pontuada nos cantos por pequenos miradouros. Apenas resta actualmente o nicho religioso voltado para o palacete junto à estrada e resultando num infeliz enquadramento.
Porém, é uma fotografia que relembra a posição hegemónica do palacete na sua relação com o rio. Não é difícil imaginar o impacto que provocaria para quem entrasse na vila por via fluvial. Era um edifício que procurou implantar-se numa posição altiva libertando as vistas para a paisagem a norte e criando um claro percurso de acesso ao rio.

-De notar as torres laterais da cerca que foram reduzidas à metade da sua altura. Procuravam, em conjunto com a volumetria do palacete, estabilizar a escala de todo o conjunto. O piso demolido das torres era constituído por elementos de ferro e madeira, pelo que a sua degradação aliada à mudança de proprietários ditou a sua demolição. No entanto, este pormenor foi esquecido na excepcional recuperação recente do palacete.


-À direita da fotografia encontra-se todo o conjunto do Convento de Santo António e Ordem Terceira de S.Francisco e o recém-inaugurado Teatro Diogo Bernardes.

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