

A sina deste prédio recorda-me o drama do prédio mais estreito da Europa localizado em Lisboa e que, com o seu 1,60m entre paredes, não conseguiu escapar à sentença de demolição. Situado no quarteirão entre a Rua do Rosário e o Largo da Feira, este imóvel será o mais estreito proporcionalmente à sua altura dentro do perímetro do centro histórico. Esta singularidade era originalmente mais acentuada até à criação do Largo da Feira que, por volta de 1930, veio soterrar o piso térreo a todos os prédios voltados ao rio. Perdeu-se assim um dos acontecimentos urbanísticos mais interessantes da vila com um jogo de circulações desniveladas em que a ponte medieval ligava directamente ao Largo de Camões e paralelamente a este, o actual Passeio 25 de Abril processava-se sob a ponte medieval fazendo uma transição mais equilibrada para a Avenida de S. João. Uma forma mais inteligente de aproveitamento das potencialidades dos arcos da ponte; actualmente úteis simplesmente ao sombreamento de automóveis.
Tipologicamente este tipo de prédio de planta estreita, alongada e com vãos doseados constituem interessantes casos de estudo na forma como é resolvido o programa da habitação de carácter tão compacto e "ginasticado". Actualmente encontra-se em ruína.