terça-feira, 15 de dezembro de 2009
mobiliário urbano e espaço público
O horror ao vazio é uma constante vulgar e um dos preconceitos mais difíceis de contrariar. Sendo o centro histórico de Ponte de Lima um produto de intervenções várias que lhe conferiram um nível acabamento razoável, tem sido díficil saber quando terminar a "pintura do quadro". Por outras palavras, tem sido difícil resistir a mais uma pincelada no quadro, resultando quase sempre numa "mancha". Porém, no que diz respeito ao espaço público referente a praças e ruas movimentadas, o excesso de informação nunca foi benéfica já que retira unidade e leitura espacial e porque introduz obstáculos a um espaço que se quer de fruição saudável e contemplação do património construído. A adicção de elementos vegetais são sempre de salutar, no entanto nem sempre a sua localização respeita o enquadramento tradicional dos monumentos, perturbando a médio e longo prazo a sua visibilidade e desviando o olhar do essencial; neste caso, de um património ancestral. É o caso da Porta Nova, única sobrevivente do sistema muralhado e que actualmente se esconde entre plantas. Os elementos urbanos são objectos e materiais que se utilizam e se integram na paisagem urbana e devem ser compreensíveis ao cidadão. O conceito de mobiliário urbano pode gerar equívocos se o restringirmos à ideia de mobiliar ou decorar a vila. Contrastando com o excesso de zelo no tratamento do espaço público da vila, a expansão urbana da vila continua deficitária em relação a um espaço público que deveria ser mais amável ao cidadão.
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8 comentários:
Olá André!
Já não estou em Ponte de Lima há sensívelmente um mês e tenho cá vindo ver se escrevias algo aqui sobre isto. É de um profundo mau gosto o que estão a fazer no átrio da nossa matriz!
Ouvi aqui pelos Algarves que agora estão a abrir buracos lá para por uma oliveiras como se não fosse já suficientemente horroroso os bancos monstruosos que lá colocaram. Lamentávelmente a falta de bom senso continua por essas bandas.
Espero que o nvo ano traga boas ideias a essa terra por muitos estimada e por outros sempre apalhaçada.
As oliveiras enquadrar-se-iam se houvesse um alinhamento entre elas. Plantaram uma delas em frente à porta da Farmácia da Misericórdia o que, além de ficar mal é uma abuso inaudito. Os bancos, em especial os colados à igreja são uma monstruosidade nunca vista. Havia muito melhor sitio para colocar bancos, mas também não se passe do oito a oitenta.
Com o devido respeito que os emigrantes Portugueses merecem, mas estão aos poucos e poucos a transformar a bela Vila de Ponte de Lima numa "casa de emigrante" tantos são os "adornos" que por lá colocam !
O problema maior e que aqui não vejo tocar é o ti+po de banco, banco de jardim estilo seculo XVIII- junto a torre medieval e Igreja Romanica. Onde vamos parar !
Quanto às Oliveiras , na minha opinião , humanizam e dão harmonia ao espaço.Anulam o vazio.
Fernanda Marinho
Vir dizer , como faz o segundo comentário , que a pequena Oliveira está em frente à porta da Farmacia, acaso a farmácia é proprietária do adrp da Igreja? Valha-nos Deus !
AF
Felizmente, o tempo dos donos da Vila já lá vai! Sempre existiram oliveiras nos adros das nossas Igrejas. E ficam ali muito bem! Já estamos fartos daqueles que mandam recados por encomenda.É triste , muito triste, mas não é de hoje.
Paulo Malheiro
As Oliveiras trouxeram ao adro da igreja Matriz uma nova alegria! E como li no ultimo comentário-O tempo daqueles que de uma forma absolutista desejavam mandar na nossa Vila , acabou há muito tempo!
L. Armada Pereira
O Largo da Matriz parece uma exposição de mobiliário urbano, com candeeiros vistosos e vários tipos de bancos. Há quem goste, pelos vistos. ( Monalisa )
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